Protocolo Escrito

Quinta-feira, 04 de novembro de 2010
Sob a tenda circense do Arsenal da Esperança algumas cenas criadas pelo núcleo de Dramaturgia, composto por Airá Fuentes, Denilson Oliveira e Maria Shu, foram lidas aos presentes e comentadas.
Os sonoplastas Fabricio Lacerda e Theo Coelho apresentaram algumas canções elaboradas por eles como proposta de coro.
Os aprendizes cantaram por diversas vezes essas músicas, acompanhados de violão e tambor.
Os atores ensaiaram o cortejo nos espaços definidos para a encenação e deram início a dramatização das cenas.
A cenografia iniciou os trabalhos de confecção e os iluminadores cênicos discutiram a luz na encenação vespertina.
Tem mais não.

 Sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Devido à eleição, o local de encenação outrora definido pelo grupo – a ETEC Carlos de Campos – encontrava-se fechado. Sendo assim, o grupo optou em realizar o encontro desta sexta-feira no “Arsenal da Esperança”, próximo à estação Bresser do metrô que, curiosamente, era a segunda opção de local de realização do experimento.
            Primeiramente, os aprendizes circularam rapidamente pelo abrigo: um prévio reconhecimento do espaço.
            O ensaio concentrou-se dentro da lona circense existente no Arsenal, que teve início com um aquecimento vocal e corporal, seguido da música criada por Fabrício Lacerda.
            A improvisação do dia anterior foi retomada, mas a proposta era que os envolvidos na dramatização interagissem com o espaço. Mais uma vez, as imagens corporais obtidas deste novo improviso foram anotadas.
            Os aprendizes adotaram o Arsenal da Esperança como novo local de encenação. A maioria dos aprendizes considerou a ETEC Carlos de Campos inviável depois do ensaio do último sábado.
            Outras idéias surgiram no que tange à dramaturgia, direção e atuação e foram incorporadas ao texto.
            Tem mais não.

Quinta-feira, 28 de outubro de 2010
No encontro de hoje, numa das salas da SPET, os sonoplastas, a direção e os atores compuseram uma música baseada num parágrafo da obra “Macunaíma”, de Mário de Andrade. Fabrício Lacerda melodiou o trecho selecionado e as diretoras Antônia e Rafaela conduziram o ensaio. Eis o excerto:
Tamanduás, os boitatás, as inajás de caruatás de fumo em vez eram caminhões, bondes, autobondes, anúncios, luminosos, relógios, faróis, rádios, motocicletas, telefones, gorjetas, postes, chaminés eram máquinas e tudo na cidade era só máquina.”
Os dramaturgos Airá, Denilson e Maria Shu trouxeram propostas de micro-cenas, uma paródia baseada na letra de reisado da dupla “Pena Branca e Xavantinho” e discutiram-nas, inserindo na dramaturgia fragmentos internos e externos à obra.
As cenógrafas Ana, Márcia e Raquel desenharam figurinos, levantaram materiais necessários para a composição do espetáculo e etc.
Posteriormente, a canção foi compartilhada com todos do grupo.
Houve duas improvisações baseadas nas imagens advindas da música. Participaram destes improvisos não só os atores, bem como sonoplastas, técnicos de palco e iluminadores cênicos.
Após as apresentações, o grupo fez algumas considerações e anotações foram feitas por parte de diretoras e dramaturgos.
Tem mais não.                      
                                                                             
Sábado, 23 de outubro de 2010 (período matutino)
O grupo reuniu-se, pela primeira vez, no espaço definido para a encenação: a ETEC Carlos de Campos, situado à rua Monsenhor Andrade, no Brás. A formadora Telumi Helen, do curso de Cenografia e Figurino, acompanhou os trabalhos dos aprendizes.
Os atores fizeram aquecimento e exercícios de reconhecimento do local, enquanto os demais aprendizes, separados por área, discutiram suas propostas acerca da encenação.
O improviso realizado pelos atores-humoristas foi apresentado ao grupo e discutido.
Tem mais não.
Sábado, 23 de outubro de 2010 (período vespertino)
Instrumentos musicais foram inseridos ao trabalho da equipe. O coro foi experimentado e caminhou-se, em cortejo pelos espaços da escola, entoando canções.
Os atores, a partir de novos fragmentos do texto e provocações advindas da Direção improvisaram micro-cenas usando adereços e tecidos sugeridos pelo núcleo de Cenografia e Figurino.
O espaço foi rediscutido, a quantidade de espectadores por apresentação, o épico e o texto dentro do espetáculo.
Tem mais não.
Sexta-feira, 15 de outubro de 2010.
 
O grupo reuniu-se na sala 24 da SP Escola de Teatro e os trabalhos tiveram início a partir do protocolo musical conduzido por Airá Fuentes, aprendiz de Dramaturgia. Deitado, o grupo imergiu na atmosfera indígena. A aprendiz revezou-se na leitura de trechos da obra modernista “Macunaíma”, a carta de Pero Vaz de Caminha e apresentou canções, como “O Guarani”, de Carlos Gomes, “Um índio”, na voz de Caetano Veloso, “Tche nane” , música indígena interpretada por Marlui Miranda, “Kworo kongo”, de Mundaréu, “Reisado”, de Pena Branca e Xavantinho, “Samba enredo da Portela”, Dona Zica  e “Índia seus cabelos”, de Tiririca.
Música e texto, alternados afinavam-se. Assim, o grupo foi estimulado a pensar em que figura de índio retratar-se á na montagem e na questão indígena, em si.
No segundo momento, a aprendiz de Direção Rafaela Fernandes propôs que todos, sentados em círculo, fechassem os olhos e imaginassem os variados tipos de sons existentes no trecho da obra “Macunaíma” lido por ela. Posteriormente, essa construção sonora foi compartilhada com todo o grupo, compondo assim, uma pluralidade de sons e imagens, que ora remetiam ao universo rural, ora ao urbano. O exercício repetiu-se por diversas vezes. Os aprendizes foram estimulados também, a amalgamar o som que produzia ao som do colega, ainda de olhos cerrados, caminhando pelo espaço.
Divididos em dois grupos, os aprendizes receberam, oralmente, um novo excerto do livro de Mário de Andrade e foram estimulados a sonorizarem-no por meio de ruídos e palavras.  O resultado da audição transformou-se em cena no corpo do grupo alheio.
As cenas foram analisadas e a figura do herói sem nenhum caráter, rediscutida.
Tem mais não.

Maria Shu

Sábado,16 de outubro de 2010: período matutino
Na sala 26, o grupo 8 - “Macunaíma”- iniciou suas atividades com alongamento conduzido pela aprendiz de Humor Larissa Pretti. Em seguida, os aprendizes do mesmo curso Rafael de Araujo e Gustavo Gonçalves conduziram o Caboclinho e a Dança do Boi. O grupo executou os passos ensinados pela dupla procurando retratar elementos da natureza com movimentos de braços e quadris, entoando músicas populares.
Após um breve intervalo, o grupo separado em quartetos ou quintetos, debruçou-se sobre os estudos da filósofa Marilena Chauí, acerca da questão da cultura popular, dominado X dominador, identidade cultural. As reflexões fomentaram discussões produtivas compartilhadas com todos os presentes.
Um vídeo sobre a obra de Darcy Ribeiro foi assistido e debatido.
Tem mais não.
Maria Shu

Sábado, 16 de outubro de 2010: período vespertino
De volta à sala 26, os aprendizes acordaram que a Produção revisitaria dois espaços pendentes para contatar os responsáveis e voltaria para repassar ao grupo o que foi obtido nessas conversas.
Os demais aprendizes iniciaram o “Jogo do Bambu”, cujo objetivo principal era a consciência corporal. O bambu era jogado com uma das mãos a um colega. O que recebia, deveria prestar atenção nas transformações que seu corpo fazia para receber tal objeto, assim como na obra, onde as coisas mudam rapidamente.Um exemplo rápido é Jiguê, irmão de Macunaíma, transformado na “máquina-telefone”.
 Os aprendizes, aos poucos, deixaram a formação circular e foram ocupando os espaços da sala, cantando músicas populares e interagindo entre si.
De volta, a Produção contou aos presentes sobre a impossibilidade de um dos espaços listados:problemas com a Vigilância Sanitária. Raquel Gandolfi, aprendiz do curso de Humor manifestou seu apreço por uma ETEC situada no entorno do Brás, justificando que a história do índio que queremos contar é diferente daquela que nos foi contada nos bancos escolares, nos livros de História do Brasil, em que se privilegiava o mito do bom selvagem (Jean-Jacques Rousseau).
Maria Shu, aprendiz do curso de Dramaturgia sugeriu, então, que no início da cena do experimento houvesse um contraponto entre o personagem Macunaíma, de Mário de Andrade e a Iracema, de José de Alencar (esta última mais próxima do modelo esteriotipado presente no imaginário popular)Lembrou também que o verso do poema de Cecília Meireles  (“não sei se estudo ou se brinco”) pode ganhar uma outra dimensão no contexto macunaímico, já que o verbo “brincar” tem plurissignificados na obra de Mário de Andrade.
Rafael Araújo, aprendiz de Humor citou Lecoq, na ideia de construção de um coro trágico a partir de Iracema e desconstrução com Macunaíma, o nosso bufão.
Os humoristas improvisaram uma nova cena a partir de fragmentos do capítulo V extraídos por Denilson Oliveira, aprendiz do curso de Dramaturgia.Enquanto eles ensaiavam, os aprendizes de cada área conversavam ou pesquisavam elementos para a composição da cena.
 No grupo de Dramaturgia, Airá Fuentes apresentou aos colegas frações da carta que Pero Vaz de Caminha enviou ao rei Dom Manuel. O capítulo IX apresenta igualmente uma missiva “Carta pras Icamiabas”.Airá propôs uma dramaturgia que contemplasse extrato das duas epístolas.
Concluída a bem-sucedida apresentação dos atores-humoristas, o grupo pôs-se a analisar o que foi apresentado, apontando sugestões e críticas construtivas.O grupo apreciou bastante o que foi exposto e acredita que grande parte será incorporada ao espetáculo.
Tem mais não.

Maria Shu

Quinta-feira, 07 de outubro de 2010 – O Grande Primeiro encontro
O primeiro encontro com todos do grupo foi na sala 38 – ta bom, vou falar a verdade... – Umas 5 pessoas faltaram... Mas ainda assim a sala estava cheia, a galera da iluminação exibiu alguns espaços que foram pesquisados pelo Brás, entre eles um casarão que foi cadeia, um espaço da CPTM e uma fábrica abandonada que antigamente fabricava chocolate, nas fotos víamos chocolate estragado por todos os cantos...  Nosso grupo está muito bom no discurso, o trabalho está colaborativo, todos vão participar e propor, etc... Que o discurso seja transformado em prática e que macunaíma seja parido!
Gustavo G Gonçalves