18/11/2010

Hoje, Hoje...Macunaíma no Arsenal

Apresentação Grupo 8 - Macunaíma

Dia 18 de novembro

Serão duas apresentações

Horário: 15h e às 19h

Local:  Arsenal da Esperança
Rua Dr. Almeida Lima, 900 – Brás - São Paulo

(Próximo à estação do Metro Bresser- Mooca)
Entre a Universidade Anhembi-Morumbi e o Museu da Imigração.


Como chegar:  



De Metrô: Descer na Estação Bresser-Mooca; descer a passarela no lado direito e percorrer a Rua Ipanema até o final.

De Ônibus: Descendo na Altura da Universidade Anhembi Morumbi, percorrer a Rua Dr. Almeida Lima até o numero 900.

De carro
: Ingresso pela Radial Leste (mais informações em: http://www.arsenaldaesperanca.org.br/) * Ver em localização

Apoio: Arsenal da Esperança, Cia. Estável de Teatro e SP Escola de Teatro


07/11/2010

A Música é o Arsenal do Macunaíma

O Arsenal é um espaço lindo, bem cuidado pela natureza e pelos que moram naquele lugar. Me pergunto: O que fazemos naquele espaço? Mudamos alguma coisa na vida daqueles moradores? Não sei. Acho que deveríamos. Mas aqueles moradores modificam o grupo de alguma forma, uma caixa de pão circulava enquanto conversavamos no centro daquele espaço, a sensibilidade tocou alguns de nós. VOzes masculinas, as rudes e ferozes vozes estavam calmas cantando músicas religiosas, o picadeiro estava armado. Logo, conversando sobre uma possibilidade de fim de peça um senhor estava próximo de mim e ouvia tudo até que em uma brecha perguntou o que acontecia, explicamos que era uma peça e ele pediu cordialmente o violão, esse homem cego de um olho, torto e tremulo guardava canções em sua memória corporal pediu-se para sentar  e brincou um pouco com o violão que segundo ele não tocava a mais de três anos, filmei alguns trechos desse momento, gostaria de dividi-lo.





Gustavo G Gonçalves

03/11/2010

Sobre o pobre B.B. - Bertold Brecht

Eu, Bertolt Brecht, vim das florestas negras.
Minha mãe trouxe-me, no abrigo
de seu ventre, às cidades. E, enquanto eu viver,
o frio das florestas estará comigo.
 
Na cidade de asfalto estou em casa.
Recebi cada extrema-unção logo, a saber:
jornais, álcool, tabaco. Cheio
de suspeitas, preguiça e, afinal, de prazer.
Eu sou cordial com todos. Ponho
um chapéu-coco, pois isto é normal.
Eu digo: que animais de cheiro estranho.
E digo: tudo bem, eu sou igual.
Eis que em minhas cadeiras vagas, de manhã,
uma mulher ou outra se balança.
Olho-a sem pressa e digo-lhe: dispões
em mim de alguém que não merece confiança.
À noite eu me reúno com os homens.
Tratamo-nos de gentlemen. O bando,
com pés na minha mesa, diz que tudo
vai melhorar. E eu nem pergunto: quando?
À luz da aurora gris pinheiros mijam
e os pássaros, seus vermes, abrem o alarido.
É quando, na cidade, esvazio o meu copo,
jogo fora o charuto e me recolho aflito.
Nós, geração leviana, vivemos em casas
supostamente eternas. (Desse modo, além
de altos caixotes em Manhattan, construímos
junto do Atlântico as antenas que o entretêm.)
Restará das cidades quem as cruza: o vento.
Sabemos bem que somos provisórios.
Nem vou falar do que virá logo em seguida.
Manter, sem mágoa, nos futuros terremotos,
o meu Virgínia aceso já me satisfaz.
Eu, Bertolt Brecht, que, das florestas às cidades,
vim no ventre materno, anos atrás.